31 de dez. de 2008

Inesperado

É a melhor forma de definir meu 2008.

Último dia e posso afirmar que coisas boas e ruins aconteceram. Surpresas agradáveis e desagradáveis me surgiram. Mas o melhor de tudo é que inexplicavelmente passei por cima de tudo normalmente, como se nada tivesse me acontecido e/ou como se já tivesse me acontecido em outras vidas.

A principal descoberta nesse ano não foi a Catedral de Notre Dame em Paris ou o romântico rio Rheim, em Frankfurt, mas foi a descoberta de mim mesmo.

Conheci lugares exóticos, conheci pessoas maravilhosas (uma delas me encantou!) e passei por situações que jamais imaginaria enfrentar, desde as mais ridículas, até necessárias, engraçadas e trágicas.

O conjunto da obra de 2008 me mostrou que é impossível planejarmos tudinho, tim-tim por tim-tim. Acasos aconteceram e acasos acontecerão ainda mais. O acaso é o terror da razão, com isso a razão passa não ser mais sua espinha dorsal para todas as escolhas da sua vida e a lógica, até certo ponto, perde o sentido. O vento de escolhas quando passa na nossa frente é único e dependendo, irreversível. Certas coisas, pessoas e situações passam pelas nossas vidas de forma ímpar e incomparável, levando e deixando um tanto do meu e do seu ser.

Viver do passado não é bom, mas é ótimo ter um passado saudável.

Apesar de ser redundante e considerar dia 1º mais um dia como outro qualquer, um bom ano a todos.

Que 2009 seja tão inesperado quanto 2008.

20 de dez. de 2008

Eu, robô

Tá complicado, mas tá ficando simples.

Nem quando fui à europa fiquei tão ausente desse prompter irritantemente piscando na tela.

E incrivelmente nestes 51 dias sem digitar picas, nenhuma idéia, inspiração ou crítica me vieram a caxola. E olha que rolou coisa durante todo esse período. Mas o trabalho consome o Homem, e o Homem consome o trabalho. Precisando seguir essa ordem, sem querer deixei de ler mais, sair mais, conversar mais e com isso minhas idéias esvaíram-se e tudo que era preenchido com pensamentos foi preenchido com rotinas, funcionalidades, parâmetros, prazos e preços.

Cada vez mais sigo instruções e deixo de seguir meu instinto.

Cada vez mais perco a paciência e deixo de ter compaixão.

Quanto mais quero ser humano, mais me torno robô.

29 de out. de 2008

Dias de fúria.

É assim que tem sido meus dias ultimamente.
Simplesmente não consigo parar nem para pensar. A rotina vem me consumindo hora após hora, minuto após minuto. Pequenos grandes problemas surgindo toda hora, e eu tentando apagar o incêndio com copinho d´agua, mas inacreditavelmente estou conseguindo.
O que me salva são algumas pessoas especiais que dão sustento e, até certo ponto, razão para toda essa correria. Os problemas que cercam nossa vida é a maior prova de que é impóssível o ser-humano viver sozinho.
Principalmente uma pessoa que vem mexendo comigo há poucos dias, de forma ímpar e avassaladora.
Tô tentando entender, mas não consigo. De repente, é até melhor ficar na dúvida e não tentar entender, apenas deixar sentir e fluir.
Existe explicação pra isso?

15 de out. de 2008

O mundo continuará girando, como ontem.

Depois que tomamos conta que damos mais valor a outras pessoas do que nós mesmo, vemos como esse mundo é mediocre.

Alguns dão importância ao trocado da pizza, outros ao trocado do sorvete e a maioria a marcas de carros. O que impressiona é a falta de humanidade com pessoas ao seu redor.

Andando pelas ruas, percebemos atitudes, mentiras e omissões. Independente das tribos urbanas que cruzamos, sejam de patricinhas esnobes e mauricinhos fumados, a visão dos mesmos coincidem. Ambos dão mais importância ao seu cotidiano, não abrem a sua bela crista de cavalo ao ponto de ver uma pessoa jogada na rua, tropeçar, não pedir desculpas e fazer cara feia.

Mas o mundo continuará girando, como ontem.

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O mês de Outubro é quase mistico para mim.

Todo mês de Outubro acontece algo importante, seja bom ou ruim. Nos dois últimos anos aconteceram coisas ruins e com o tempo, acabou sendo bom. Geralmente é um mês dolorido, cheio de brigas, conflitos, dramas e lágrimas. Um típico filme hollywoodiano.

Mas minha vida não é um filme e espero que o famoso "Outubro Vermelho" em 2008 seja diferente, assim como está sendo esse ano. Confesso que os dias tem se arrastado demasiadamente e as semanas estão passando voando, mas nada me atrai, me cativa, me apaixona ou me interessa. Estou chato demais e aceito o fato de algumas pessoas se afastarem de mim, afinal, nem eu estou me aguentando. O pior é que não acho isso o fim do mundo...

Afinal...

... o mundo continuará girando, como ontem.

5 de out. de 2008

Devaneios e devaneios, parte 2.

Atitudes valem mais do que mil palavras, mas a palavra bem colocada evita mil atitudes, muitas vezes sem pensar.

É nessa hora que ação e reação são analizadas e evitadas, e uma palavra, mesmo que seja monossilábica, é mais forte que qualquer sentimento ou raciocínio que se passa na cabeça da roda de cérebros que compõe o diálogo ou na dupla de cerebelos que tentaram analisar suas afinidades.


O problema é falar essa palavra seco demais, direto demais, gelado demais e se importando de menos.

Machuca.

Fui direto com pessoas e pessoas foram diretas comigo. Perco no cara ou corôa de qualquer forma.

Quero deixar bem claro que prefiro desse jeito do que correr atrás do próprio rabo.

25 de set. de 2008

Coração Congelado

Vejo luas e sóis girando ao seu redor,
redor de um corpo com vida, mas sem viver.

Viver de passado, tempos ruins e bons,
bons tempos aqueles que você dialogava.

Dialogava, discutia, discordava, sempre presente,
presente recebido pelo unico que se importava.

Importava versos de textos e poesias distantes,
distantes pensamentos vagos em sua ente.

mente, que desmente e mente a si próprio,
próprio corpo que não se importa, se isola.

Isola de tudo que gira ao seu redor,
redor do seu corpo vejo luas e sóis, petrificados.

Petrificados, paralizados, congelados,
congelados pensamentos, coração.

Coração congelado.

18 de set. de 2008

Esse texto achei perfeito e caiu como uma luva. Foi escrito pela minha amiga Vaneza e traduz exatamente o que se passou em mim num turbulento período negro. As vezes esse treco volta.

Está acontecendo algo

Está acontecendo algo em mim, ao meu redor, em volta dos outros
Um não sei o quê, sem saber quando
Um sintoma de vazio
Uma insatisfação que não explode de medo e nem se defaz na felicidade
Do medo de algo indefinido e da felicidade de algo distante
Não sei dizer se é só aqui ou em todas os lugares
Mas, que esá acontecendo "alguma coisa" está
Uma desesperança...
Um desencanto...
Uma deslealdade...
Um desequilíbrio...
Um destempero...
Um despreparo...
Uma desilusão...
Um desgoverno...
Um desinteresse...
Um desleixo...
Uma vontade de parar e nunca mais se mexer
Uma vontade de se mexer até cair parado
Uma ânsia de escutar as respostas do que não se pergunta
Uma angústia de não saber a quem perguntar
Talvez você não entenda...mas você sente...
Sente no peito...na cabeça...nas mãos...nos cabelos...nos bolsos
Que está acontecendo "alguma coisa" está
Uma coisa vaga...indefinível...preenchendo tudo...
Envolvendo tudo, e não deixando nada

14 de set. de 2008

Tempestades e opções

Chega a ser engraçado a forma como atingimos algumas pessoas.

Para uns, somos inesquecíveis. Para outros, somos opções.

Depois de uma tempestade, mesmo que seja num copo d´agua, imediatamente procuramos algum porto seguro ou, no mínimo, uma âncora para firmar o barco. Depois que resolvemos nos fixar no chão como rocha, aparece alguém como uma brisa do oceano, mas se não nos dermos conta, essa brisa vira um mar forte, depois um maremoto, e por fim, finalmente, a tempestade.

O problema é nos deixar levar por essa tempestade, já como a mesma pode nos levar pra terra firme ou pros confins do mar adentro. Esse barco, que parece mais um barquinho de papel, apanha das ondas, engole água, desafia o mar e nunca aprende a lição, mas o tempo sempre é sábio e é o melhor professor, até para o melhor capitão.

O probema é que ainda não ouvi um sonoro "terra a vista!" de meu imediato, mesmo com a luneta lá no alto do mastro e sinceramente não quero ser engolido novamente pelo mar, tão frio, vil, escuro e gelado.

Chega de virar carcaça de navio afundado.

Chega de virar opção.

6 de set. de 2008

Caixinha da Prospeidade

Depois de 6 meses de blog, o Bruxo vai contar uma de suas "magias" ou, para pessoas com mais pé-no-chão, lendas.

Tudo que vai-volta. Seja lá qual for a intenção e a intensidade. Isso é fato. Pode até demorar, mas volta.

Esse é o princípio da Caixinha da Prosperidade.

A Caixinha da Prosperidade é uma forma de ajudar os outros e, dependendo, ser ajudado.

A regra é simples. Precisa guardar uma quantia em dinheiro todo dia numa caixa, de preferência no mesmo horário, por 40 dias seguidos. A quantia é relativa. Pode ser 1 real, 10 reais, 100 reais, mas precisa ser guardada a mesma quantia todos os dias, por 40 dias. Depois precisa dar esse dinheiro a alguém que realmente precise do mesmo. Pode ser um conhecido, familiar, desconhecido, mendigo.. vai depender muito do seu "feeling" humano e o que vale é a intenção. De preferência dê esse dinheiro no 41º dia, para que seu pensamento continue positivo. Em seguida esqueça, e volte a vida normal como antes.

Ok ok. Então é fácil, mas agora vem o diferencial.

Toda vez que for guardar esse dinheiro, seja lá qual for, precisa guardar com a intenção de ajudar alguém que realmente necessite ou ajudar o próximo.. enfim, ter a intenção de ajudar de coração, sem receber nada em troca. Pensar positivo. Pensar que essa sua atitude vai ajudar alguém.

Agora, caso vc esqueça de guardar essa quantia em qualquer dia que seja, no 2º ou no 39 º dia, terás que começar a guardar tudo de novo.

Comigo aconteceu de esquecer de guardar no 38º dia. Foi doloroso, mas comecei de novo.

Comecei do zero novamente.

Mas uma coisa posso garantir, vale a pena. O sorriso no rosto da pessoa é indescritível. Dependendo da pessoa, nem sabe como te agradecer. Comigo teve gente que deixou de carregar a carroça, no meio da rua, e gritava de alegria, pq raramente alguém se importava com ele.

Outras vezes a pessoa nem via. Imaginei essa pessoa acordando de manhã no meio da calçada, tirando o jornal de cima do corpo, com uma graninha esperando por ele.

Isso sim é libertador. A sensação de bem-estar é inenarável.

Depois de fazer tudo isso, quem sabe não aconteça algo de bom contigo? No serviço, no amor ou num planejamento?

Tudo depende da sua intenção. Se vc quer fazer isso e espera receber algo em troca, esqueça. Nem tente fazer, não perca seu tempo, paciência e dedicação. Se vc se empenhar por 40 dias a pensar em ajudar alguém...

Quem sabe não te ajudam?




31 de ago. de 2008

Adaptação

A necessidade de ficar sozinho está começando a me assustar.

Quase tudo me irrita. Quase tudo me enche o saco e ultimamente meu humor muda tão rápido que não posso pensar em falar com alguém sem antes me olhar no espelho.

Nao sou mais o mesmo.

Até hoje não considero que eu me conheça muito bem, o que é estranho e convenhamos, ruim. Mas nos dias de hoje está ficando pior ainda. Não consigo fazer planos pra mim mesmo de fazer algo a noite, porque quando anoitece, tô pouco afim de fazer aquilo que eu tinha planejado.

Pros outros estou deixando de existir.

E a única vez que meu sangue sobe é quando algumas pessoas ainda me cobram atitudes, experiências e, pásmem, relacionamentos. Tento ficar em alfa comigo mesmo, mas não consigo, pois penso que a maioria das pessoas cobram isso de mim não por querer algo ou por gostar de mim, mas sim por carência esporádica.

Resumindo, precisam me consumir na hora, mas não pensam em continuidade, quanto menos planejamento. Algumas pessoas precisam de BA ou PA por mera necessidade fisiológica e confesso que não estou afim de fazer caridade.

Finalmente estou sendo egoísta comigo mesmo.

Finalmente estou me colocando em primeiro lugar.

E finalmente não estou pensando no amanhã, mas eu adoraria.

Dentro deste calabouço que ainda tenho coragem de chamar de coração, não há espaço para consentimentos, misericórdia, piedade e consequentemente compaixão.

Estou me sentindo horroroso em não me abrir à ninguém, mas ao mesmo tempo me sinto ótimo sendo dono do meu próprio caminho. Hoje não vejo o vento de escolhas que sempre aparecia pra mim e sim faço o tornado girar ao meu redor, da forma que me sinta melhor.

Mesmo um pouco assustado estou me adaptando aos dias modernos.


23 de ago. de 2008

Vivendo, aprendendo, envelhecedo

Daqui a poucos horas fico mais tio.

Quem convive comigo, sabe que odeio aniversários, quanto mais o meu. Por mais queridas as pessoas ao me redor tentam ser comigo nesta maldita data não consigo gostar. Juro que já tentei, mas não vai. Odeio chamar atenção e nunca gostei de qualquer bajulação pro meu lado, seja lá qual for.

Uma das poucas coisas e lembranças que carrego comigo nesse anos de mísera existência são os meus princípios da infância. Ensinamentos que jamais esqueço e até hoje uso no meu dia-a-dia, por mais bobos que pareçam.

Ou seja, a princípio a idade mudou pouco em mim, mas está me deixando mais careta.

Essa idade está me fazendo egoísta. Está me fazendo arriscar menos porque sei quanto dói uma ferida aberta.

Essa idade me faz olhar pra trás e me arrepender de algumas poucas coisas que deixei de fazer. Coisas importantes.

Essa idade me vacinou.

Vivendo, aprendendo, envelhecendo.

18 de ago. de 2008

Escorri entre teus dedos

Em sua mão você me teve,
e assim, como a areia do tempo,
escorri entre teus dedos.

Dos meus olhos você não saía,
e da lágrima escorrendo em meu rosto,
você escorria da minha vida.

Enjaulado nas paredes da minha alma,
você gritava, sussurrava e pedia,
liberdade era seu lema,
eu não entendia.

Larguei meu ópio,
o vício havia acabado,
e depois da dependência,
me sentia débil, não amado.

Liberdade você tem,
não existe mais jaulas,
o vício mudou de lado,
mas não me sinto ópio.

Escorri entre teus dedos,
nas minhas lágrimas você escorria,
de verdade, você nunca me sentiu,
no meu coração, eu te sentia.

3 de ago. de 2008

Mentira

Ai ai ai,

Um dia a casa cai.

E o meu barraco caiu.

Nesses últimos dias percebi que existem mentiras mais mentirosas que outras. E olha que meu detector é bom.

Mas o pior que mentir é omitir.

Quando vc mente, vc dá o direito de acreditar ou não, diferente da omissão.

A omissão é fria e cruel. Pode até ser pior receber uma tentativa de tesourada no peito em pleno banheiro depois de receber uma cusparada no rosto, mas....

... mesmo assim a omissão é pior.

Acreditar na própria mentira pode ser pior ainda.

E querer acreditar numa pessoa muito querida, mesmo sabendo que está mentindo, será que é o fundo do poço?

Quero desligar meu detector, mas não consigo, uai!

29 de jul. de 2008

Crazy

Como dizia Seal:
"In a sky full of people, only some want to fly, ins´t that crazy?
In a world full of people, only some wanto to fly, ins´t that crazy?"
Foi exatamente isso que senti quando voltei a terra.
Sensacional.
O azul do céu é diferente.
Lá no alto nem precisei respirar direito, porque o ar entra no seu pumão direto.
E a sensação de liberdade? Inenarrável.
É Juvenal, se você quiser fazer uma loucura na vida, essa eu recomendo. As vezes é mais fácil cair 4 mil metros de cabeça do que cair de cabeça num relacionamento.
Finalizando Seal:
"But we're never gonna survive....
unless...
we get a little crazy."

25 de jul. de 2008

Devaneios e devaneios....

Muitas vezes o sangue corre nas veias por falta de opção. Vai até o coração porque precisa e não porque quer, diferente do sentimento que temos por algumas pessoas que atravessam nossos curtos dias e longas semanas.

Mas pessoas não entendem isso. Fazem tanta pergunta e se enrolam tanto com seu próprio raciocínio que não acreditam quando ouvem um elogio.

Concordo que as vezes nem eu me dou conta. É raro.

Quando se dão conta, é tarde. O tempo passou, não aproveitaram o presente e deixaram escapar o futuro.

16 de jul. de 2008

De ti, contigo

Contigo eu quero:
Deitar ao seu lado,
dormir no seu colo,
fazer um jantar,
te beijar sem motivo.

De ti espero:
discussões intermináveis,
calar minha boca com um beijo,
sinceridade, sempre,
desejo.

Contigo eu desejo:
Noites de álcool,
finais de tarde com café,
manhãs na cama,
nossos corpos, juntos.

De ti aguardo:
Momentos em silêncio,
abraços apertados,
gostos opostos,
afagos.

Contigo eu crio:
Teses sem fim,
carinhos inéditos,
segundos eternos,
passeios longínquos.

De ti não exijo,
não tenho esse direito.
De ti espero ficar contigo.
Contigo eu vivo.
Simplesmente vivo.

5 de jul. de 2008

Não cabe mais gotas

Depois de redescobrir pessoas e fatos,
de tanto tempo que se passou, passei o passado a limpo.

Deste outono sem fim, interminável,
interminente vejo quanto tempo se passou.

Envelheci 10 anos em poucos meses,
E nesse outono, em poucos meses, vi 10 anos.
Uns bons, outros ruins.

Infelizmente percebo que sou independente,
sou poeira, mutante, coração, intangível.

Por mais que queiram, ninguém me abraça.
Por mais que queiram, ninguém reclama.
Para poucos, sou sonho,
para muitos, pesadelo.

Quero ser pensamento, mas não quero.
Não quero ser inesquecível, as vezes, sou.
Muitas vezes me arrependo.

Hoje não apenas vejo, mas enxergo.
Sim, mais crítico do que antes.
Sou sacal, intolerável,
conciso e emoção.

Torço para que transborde,
mas meu pequeno copo de compaixão está cheio.
Não cabe mais água,
não cabe mais gotas,
nem mais uma gota,
não cabe mais nada,
mais ninguém.

29 de jun. de 2008

O paradoxo da Solidão.

Ficar sozinho não é bom.

Ser sozinho também não é.

E assim pensa a grande maioria das pessoas.

Mas existe uma grande diferença entre ficar sozinho e ser sozinho. Tentarei definir ambas as situações. Caso não concorde, corrija-me por favor.

Ser sozinho é aquele momento cujo sua situação é de solidão, mesmo estando rodeado de milhares de pessoas, seja no trânsito, no mercado, no cinema ou no serviço.

Ficar sozinho é quando a pessoa sente o momento de estar só, em puro estado Alfa.,lhe fazendo companhia apenas seus pensamentos chegando a penetrar no estado "Zen" das coisas.

Ser sozinho se defini numa atitude simples. A pessoa não abre mão de sua comodidade, nao abre um milímetro de sua muralha de manias para absorver qualidades e defeitos da pessoa que gosta ou quer ser gostada. Faz o que quiser dentro da sua garnde área de comodidade sentimental. Provavelmente é mais egoísta com seu tempo, com os outros e até consigo mesmo. Isso é ruim.

Ficar sozinho se defini em outra atitude simples. A pessoa necessita de solidão, mas temporária, seja de grandes a pequenos hiatos do mesmo, afinal, tem noção que ninguém vive sozinho pra sempre e tem plena convicção de que todo ser humano necessita desse tempo para organizar, parametizar, rever idéias, conceitos e atitudes feitos anteriormente. Geralmente sofrem mais pois não conseguem viver plenamente suas vidas e se estressam rapidamente, o que também é ruim.

Repare que geralmente as pessoas que são sozinhas são as mais agitadas e aparentemente são mais felizes e com mais histórias pra contar. Pessoas que ficam sozinhas são as mais calmas, aparentemente menos felizes e tem menos histórias pra contar.

Repare que pessoas que são sozinhas tendem a ser o que tem, porque não conseguem serem vistas de outro jeito e falam antes de pensar, diferente das pessoas que ficam sozinhas, que pensam antes de falar e se exibem o mínimo possível.

Agora vem o dilema:

A pessoa escolhe estar e/ou ficar sozinha?

Não tenho domínimo mental para responder e meu raciocínio me abandonou, de novo.

Penso que essa resposta é muito pessoal. Existem pessoas que gostam de ser sozinhas e, convenhamos, é a nova tendência mundial. Porque vai abrir mão de uma vida "perfeita" por causa de uma pessoa que mal conheceu ou se conhece muito bem nunca se imagnou com o mesmo?

Assim como existem pessoas que não abrem mão de seus minutos, horas ou ate dias de solidão, mas não aguentam viver sem aquela pessoa especial, cujo solidão dual é um martírio para ambos mas precisa, mesmo que seja minimo, viver a vida do outro. Isso é inevitável.

Algumas pessoas necessitam estar sozinhas. Tem seus próprios costumes sem serem importunadas, são muito mais independentes sentimentalmente, não existe cobrança e encheção de saco, são livres e se comprometem o mínimo possível em quase tudo. Tem coisa melhor?

Algumas pessoas necessitam ficar sozinhas. Geralmente o estresse do dia-a-dia é a causa dessa necessidade e convenhamos, 24 horas por dia ao lado de alguém chega a ser sacal. A pessoa que necessita ficar sozinha precisa daquele momento de individualidade, mesmo que seja com hora marcada, mas quase sempre tem alguém em quem confiar sendo aquela pessoa que respeita essa sua característica. Tem coisa melhor?

O paradoxo é interminável. Tem pessoas que conheço que são os dois.

Uma coisa estou certo, a solidão é benéfica e maléfica.

O paradoxo precisa ser refletido por cada um de nós porque mentir á si mesmo é morrer de forma lenta, sofrida, num grito silencioso interminável e sozinho.

Completamente sozinho.

É agonizante.

É suicídio.




OBS: Comecei a escrever esse texto num trem parado nos suburbios de Londres devido ao suicídio de uma pessoa (o que ironicamente me inspirou e me fez refletir) e só agora em São Paulo o estou finalizando. Mesmo assim ainda acho que não ficou bom.

24 de jun. de 2008

Sonoro recado.

A partir do momento que a pessoa precisa usar códigos subjetivos, mensagens telepáticas ou qualquer tipo de informação subliminar para se comunicar comigo ou com outra pessoa, é porque não tem culhão de ir ao ponto ou tem muito medo de mim.

Minha magia de bruxo faz com que eu consiga captar esse tipo de freqüência, mas faço questão de não fazê-lo e não respondê-lo.

Ou fala reto, ou permaneça morto.






"Diga a verdade ao menos uma vez na vida.... "

19 de jun. de 2008

Por onde você andou?

Por onde você andou todo esse tempo?
Tens idéia de quanto você fez falta?
Você me faz sonhar, viajar, amar...
Sem você tudo fica sem sentido, resumido, parado.
Sem você o tempo não é tempo, as pessoa são inanimadas, o futuro não existe.
Me diga, porque você foi para tão longe?
Você voou de mim e nem me disse "adeus".
Meu coração perguntou por ti e quase tomou um xeque-mate do raciocínio.
Acredite, não foi só o meu que perguntou, outros também perguntaram.
Contigo fora do meu alcance o chão ficou mais duro e o céu de brigadeiro sumiu.
Acredite, muitas vezes eu desejava que você sumisse, afinal, em diversas ocasiões atrapalhaste o pensamento.
Sabes que nunca precisei de ti para coisas materiais, mas para me lembrar de algumas pessoas queridas, você era necessária, insubstituível.
Da minha mente você sumiu, do meu coração você fugiu e por um momento me imaginei independente de ti.
Não imaginas como eu queria...
Mero engano.
Docilmente você entorpece, tortura, quase mata e retorna.
Delicadamente, enfim, retornou.
Ah, Dona Saudade...
Por onde você caminhou e porque me abandonou?
Não importa, você me ressuscitou. Veio para ficar.
Um pouco tarde demais, mas veio para ficar.

14 de jun. de 2008

No mundo onde o Homem é Deus.

Um dia o Vento branco disse ao meu ouvido,

"Siga seu caminho,
mas sempre vire em direção à Luz.

Feche seus olhos,
e ouça a voz do seu coração.

Use sua razão,
mas não esqueça de olhar sua alma.

E não se prenda a matéria, ela é passageira,
e sinta o Feitiço ao seu redor."



E cá estou,
esperando pelo anjo.

Aqui estou,
no mundo onde o Homem é Deus.


Novamente o vento me disse:

"Não busque a terra prometida,
é melhor acreditar em si.

Chore, mas não caia.
mais pessoas passarão pela sua vida.

Acredite em milagres, eles acontecem.
mas jamais espere por um.

Sinta-se no céu, você é ele,
e também és barro e poeira."



E cá estou,
esperando pelo anjo.

Novamente estou,
no mundo onde o Homem é Deus.









9 de jun. de 2008

Neurônios em greve.

Turbilhão de palavras em minha alma e nenhuma sai.

O calabouço da mente não permite. Os neurônios não querem abrir o portão.

O peito, tão cheio de versos, presos no labirinto do raciocínio.

Ah, o raciocínio... Muitas vezes me visita na hora errada.

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Minhas mãos pedem pra digitar ou rabiscar algo, mas o que sai deles quase nada valem.

Enquanto isso, vou rascunhando.

É tanta coisa para escrever, que começo e final se confundem.

Assuntos se misturam.

É tanta coisa na minha cabeça...

3 de jun. de 2008

Será?

Será que mudei tanto assim?

Desde que cheguei do velho continente algumas pessoas, umas queridas, outras nem tanto, falaram que minha personalidade mudou demasiadamente. Me falaram através de mensagens, telefone e até na cara. Tudo isso em instante, na semana passada.

Sabe o que é melhor? A maioria disse que mudei pra pior.

Não que eu adore isso, mas me sinto bem. Não sei pq. Se você souber, por favor, me avise.

O detalhe é que também sinto que mudei, não sei se pro pólo negativo ou positivo, mas mudei.

Acho que minha paciência de Jó (ou de Jo) que tanto tive durante duas décadas foram-se embora com meus quilos. E não quero meus quilos de volta.

Antes de ir à Europa, vinha fazendo um papel de psicólogo, terapeuta-holístico e até de ouvidor. Cheguei a chamar santos para a sessão de descarrego, mas todos me abandonaram, ainda bem. E durante minha estadia no mesmo continente, esse meu segundo serviço vinha sendo persistente, mas não constante.

O mais engraçado é ouvir de pessoas que quando eu coloco o óculos, mudo de humor e personalidade. Fico com cara de mau. O óculos praticamente virou meu simbionte. Como diz Venon, "we are ready!"

É, minha teia tá bem frágil. Talvez eu faça meu ninho em outro lugar, pq não?

Até aceito que meu ouvido seja penico, mas não esgoto a céu-aberto.

30 de mai. de 2008

Me abrace,
antes que seja tarde, me abrace.

Antes que a noite acabe,
me tenha.

Antes de me querer,
nao pense,
sinta.

E não pense duas vezes,
antes de me acariciar.

Não hesite,
em querer me tocar.

E revide,
quando eu for te beijar.

Lembre-se,
Revida.
Não hesite.
Não pense.

Sinta.

25 de mai. de 2008

Conclusao:

Depois de conhecer gente do mundo todo, vi que pessoas sao todas iguais, sejam de qualquer parte do mundo. O medo de perder a auto-preservacao e de mudar a rotina/cotidiano é insuperável.

É inacreditável, mas nao é só brasileiro que é neurótico.

A crista de cavalo estao em todos. Só muda a sela.

Todos sao iguais, mas uns mais iguais que os outros.

Por isso terei um gato.

24 de mai. de 2008

Penúltimo dia.

Algumas lendas confirmadas e quebradas:

Os alemaes nao sao tao altos.
Em compensacao, os holandeses sao enormes.
Os franceses realmente sao mal-educados.
E os franceses também sao fedidos.
No metro de Paris é pior ainda.
Os holandeses sao os mais simpáticos.
Os turcos sao os mais amigáveis.
As francesas tem seu charme.
As alemas sao muito superficiais.
As inglesas sao lindas.
As holandesas, mais ainda!
Na Alemanha nao existe crianca.
E todos só morrem depois dos 90 anos.
Chega a ser impressionante.
Em compensacao, em Paris tem bastante gente jovem.
Em Amsterdam também.
Os alemaes nao trabalham, acredite.
Os franceses menos ainda.
Os ingleses trabalham bastante.
Mas ninguém, absolutamente ninguém trabalha tanto quanto o brasileiro.
Os trens em Londres nao funcionam tao bem.
Em compensacao na Alemanha os trens sao extremamente pontuais.
O metro de Paris parece um labirinto pra rato.
Amsterdam parece a bicicletolandia.
Os italianos sao os mais folgados.
Frances, como turista, é mais folgado ainda que o italiano.
Os russos sao os mais barulhentos.
Bebados, sao mais ainda.
Em Amsterdam tem muito argentino.
Em Frankfurt nao tem alemao.
Berlin é a capital Gay na Alemanha.
Em Munique só tem metido.
E brasileiro acha-se em tudo quanto é canto em Paris e Londres.
Aliás, todo europeu quer ser brasileiro, e aqui todos brasileiro quer ser europeu.
O alemao nao gosta de holandes.
Nem de turco, nem de negro, nem de polones.
De brasileiros eles gostam.
E também de italianos.
O italiano nao gosta de negros e turcos.
E os turcos gostam de todo mundo.
O holandes tambem nao gosta de alemao.
Nem de russo.
Ninguém gosta dos russos, só eu.
Frances nao gosta de ninguém.
E o ingles é "na dele".
Em Amsterdam todos mundo fala ingles.
Desde o lixeiro até o padeiro.
Na Alemanha alguns falam ingles.
É mais fácil falar com um surdo do que com um parisiense.
Em Paris funciona a linguagem dos sinais, fora a má-vontade deles.
A comida alema é ótima.
A turca é melhor ainda!
Em Londres a comida é barata.
Em compensacao, o transporte é caríssimo!
E o transporte, em Paris, é baratíssimo.
Os poloneses sao o que mais bebem.
Por falar em bebida, os alemaes nao bebem nada! Todos, sem excecao, caíram antes de mim e do nigeriano.
A melhor cerveja, sem dúvida, é a Guiness preta, em Londres.
Deus do céu.. o que é aquilo! Fui pro céu e voltei pra Terra.
A cerveja holandesa também é ótima.
A francesa é super-leve.
E a alema é extremamente pura, com muito malte.
Bebi demais, além da conta.
Em Frankfurt só tem cafeteria italiana.
Em Munique também.
Em Londres todos bebem chá.
Mas o melhor lugar pra se tomar um café, é Wiesbaden.
Por falar em Wiesbaden, que cidade linda.
Mais bela que Munique ou Ulm.
A última, extremamente charmosa, típica pra namorados.
Frankfurt é uma mini-Sao Paulo.
A diferenca está no povo.
Londres e Paris sao grandes.
Pra mim nao servem pra morar.
Mas só me perdi em Berlin.
E Torre Eiffel, a noite, é maravilhosa.
O Big-Bang também é bonito.
O Muro de Berlin, apesar de normal, transpira história.
E o Rio Rhein é o mais charmoso que já vi.
Todos concordamos que a Europa está em reforma.
Sejam na estradas, nas igrejas, nos parlamentos.
Mas na Europa, todas as reformas sao finalizadas.
Aqui nao existe caixa dois.

Adorei ter conhecido um pedacinho da Europa, mas confesso que estou com a cabeca no Brasil.

Nao sei se isso é bom ou ruim. Eu gostaria de ficar mais um tempinho.. ou tempao.. afinal, poucas pessoas seriam motivo pra eu mudar de opiniao.

Mas é inacreditável como essas poucas pessoas fazem uma falta danada.

Nao posso falar quem sao essas pessoas. Ficariam muito metidos e metidas.

Mas que dói o peito, dói.

13 de mai. de 2008

O Homem sem Histórias

O Homem encontrava-se sentado em um dos muitos bancos de madeira da praça. Jogava alpiste aos pombos e os olhava disputarem. Olhou para o outro lado da rua calçada e viu um outro homem, com aproximadamente a mesma idade que a dele, cercado de algumas crianças. Elas se sentavam no chão e olhavam atentas para aquele senhor. Ele, com sua vasta barba branca, transcendia aquele pacífico dia, e voltava à sua época, traduzia a estranha linguagem do passado para a compreensão rala do presente. E as crianças deliravam. Sorte daqueles que não perderam o dom infantil de transcender o tempo, assim como o espaço. O homem das histórias, como um pintor, pincelava palavras no ar que, ao entrar nas pequenas cabeças das crianças ao seu redor, transformavam-se em pinturas vivas, impressionistas talvez, porem muito mais fiéis que qualquer retrato acadêmico.

Ele regia uma orquestra de suspiros e exclamações com gestos exagerados, aceitos com a maior inocência do mundo pelos músicos sentados em sua volta. O Homem não ouvia nada disso, estava completamente alheio. Depois de fixar os olhos por algum tempo nessa cena, voltou a observar os pombos. Faziam apenas um barulho murcho na sua disputa frenética pelo alpiste. Teve nojo daquilo. Cansara de ver empresários gananciosos em suas eternas disputas egoístas com todos. Lembrava-se, inclusive, dos ternos pretos, que também cobriam os pombos, mas que por baixo escondiam todo o tipo de doença. Pingou o colírio que carregava consigo, pois seus olhos constantemente estavam secos.
Cansou-se e olhou para o senhor do outro lado da rua novamente. Mais uma ou outra criança havia se juntando ao redor do senhor. Ele com certeza era muito simpático, e demonstrava em seus olhos o prazer de simplesmente estar fazendo os outros felizes. Pois de comportamento o Homem entendia tudo: foi necessário aprender a arte da manipulação para obter a ascensão que ele tanto ambicionava na carreira. Mas ele via claramente que o homem à sua frente não manipulava. Conduzia. O homem das histórias não apontava o caminho para as crianças, as pegava por suas mãos e as conduzia no caminho mágico daquela história que passava por seus olhos.
O Homem não sabia o que era aquilo. Já não sabia mais o que era fazer algo que não estivesse suportado por algum interesse. Simplesmente tudo deveria ter uma utilidade, do contrário, de que adiantaria? A não ser que nessa ocasião o puro e simples desperdício de tempo fosse útil. Aliás, já estava descansado o suficiente – este era o motivo por estar ali sentado na praça – e seu tempo começava lentamente a ser desperdiçado. Quando ameaçou se levantar uma moça parou em sua frente.
- Posso me sentar? – perguntou com um sorriso e já foi se sentando ao seu lado como se tivesse ouvido um “sim” como resposta. Sem opção, o Homem emitiu um som qualquer, significando um sim áspero, e moveu-se um pouco para o lado, dando espaço para a moça sentar ao seu lado.
- É incrível como as crianças gostam dele, né? Quem dera eu poder ter metade dessa mágica que ele tem para falar! – O Homem, que demorou um pouco para perceber que a moça se dirigia a ele enquanto olhava para um outro lado qualquer, acordou de repente.
- Perdão? – falou com um sorriso embaraçoso, mas mesmo assim muito dissimulado.
- Aquele senhor – apontou para o Homem das Histórias, que discursava para a platéia hipnotizada – é meu pai. Você deve ter ouvido suas histórias também. Ele fala tão alto que até o pessoal do outro lado da rua deve estar ouvindo.
- Realmente ele fala bastante alto – retrucou o Homem, como quem não queria muito papo.- Sabe, quando eu era pequena ele sempre me contava muitas histórias, essas mesmas que ele está contando. Já ouvi todas elas mais de mil vezes! Ele sempre dizia...
Nesse instante o Homem se indagou porque diabos aquela mulher estava falando aquilo. Ele não tinha feito uma pergunta sequer. Não havia demonstrado, em nenhum momento, que tinha qualquer interesse pela infância da moça. Ele mal lhe dera permissão para que sentasse ao seu lado. Mas o senhor do outro lado da passarela o intrigava. A mulher continuou.
- Ele sempre dizia que o importante na vida não é construir o futuro, mas sim construir o passado – e a face da moça tomou uma feição mais séria, como se estivesse ocupada demais com seus pensamentos para que se preocupasse com seu rosto – O resto é conseqüência. Ele dizia que o futuro não existe, ninguém conta histórias do futuro, a não ser o mentiroso e o enganador.
O Homem olhava agora fixamente para a moça. Lutava para não cair em uma reflexão interna ainda mais profunda que a da moça. Não gosta de pensar em nada que fosse muito além do material. De fato, nada que fosse o mínimo além do material lhe interessava. Mas neste pacato domingo algo se abateu sobre ele. Foi tentar dar continuidade ao assunto, mas quando ia falar algo, a moça se levantou.
- Ah, ele terminou! Me desculpe, senhor, eu estava só pensando alto. É que isso me trás tantas lembranças...- I... imagine! Queria eu que pessoas conversassem mais com desconhecidos. Principalmente assuntos tão interessantes! – disse o Homem com um sorriso já não tão dissimulado.
A mulher apenas sorriu e se dirigiu até o senhor no outro banco, que se levantava agora, e se despedia de todos os pequenos. Todos eles imploravam para o Homem das Histórias ficar e contar mais uma história. Só mais uma! O maestro parou e todos instrumentos tocavam em dissonância, cordas, sopros e percussões. Todos implorando por mais!
- Meus amigos, eu não posso mais ficar aqui com vocês! Afinal, se eu não andar por muitos lugares, eu não terei muitas histórias pra contar, não é? Então eu tenho que me apressar! – disse o Homem das Histórias. Aquilo fez completo sentido na cabeça das crianças, mas não adiantou muito. Elas queriam mais histórias. O Homem das Histórias virou-se e viu o Homem olhando perplexo.
- Porque vocês não pedem praquele moço contar uma história pra vocês? Aposto que ele tem ainda muito mais histórias que eu! – disse o Homem das Histórias enquanto olhava para o Homem com um olhar suplicante, porém simpático. O coração do Homem disparou quando percebeu o que estava para acontecer. Uma multidão de olhinhos brilhantes o observava agora.
- O senhor conta história pra gente? Conta? – disse uma criança enquanto já se aproximava. As outras crianças a seguiram. “Conta, moço, conta!”. “Por favor?”. Quando elas se aproximaram do Homem, todos os pombos fugiram afoitos levando consigo suas doenças e sua gula. Ele não sabia o que fazer. Via um rio humano de inocência se aproximando e, atrás dele, o senhor das histórias sorria para ele enquanto caminhava para longe com sua filha.
- Tudo bem, tudo bem – disse o Homem em meio a pigarros. Todas as crianças se calaram. Todas o olhavam. Olhos como poços sem fim de pura imaginação. Cada palavra que entrasse dentro daqueles pequenos ouvidos seria matéria-prima na construção de futuros homens. Porque a matéria prima do corpo é a comida, e a da mente é a magia.
- Bom... – a incerteza do Homem transparecia.- Começa, tio!
- Eu estou pensando em alguma coisa legal...
Mas o Homem não estava pensando em história alguma. Que história teria ele para contar? De como acertou em cheio ao investir todas as suas finanças em um mercado de alto risco? Como ele acertou, de novo, ao reestruturar toda a companhia da qual era diretor, aumentando o faturamento consideravelmente e conseguindo reconhecimento em seu meio hipócrita? Talvez ele pudesse contar como se casou três vezes e abandonou um filho – com sua primeira mulher – pois o trabalho ocupava todo seu tempo. Nada daquilo interessava aos pequenos. Eram todas histórias pra adultos. Relatórios.
Nada que ele fez poderia ser de qualquer interesse para aquelas jovens mentes férteis. Talvez então algo que outras pessoas fizeram, algo que já lhe foi passado como história, algo que foi matéria-prima para sua própria mente. Porém nada lhe vinha à cabeça. Nenhuma história de pescador embalada pelo colo do vovô. Nenhuma história de terror no acampamento. Nenhuma história secreta de adolescência. Até porque essas, mesmo que existissem, não poderiam ser contadas.
Mas não existem. Nenhuma delas. O Homem já não sabia há quanto tempo estava mudo olhando para as crianças no momento em que percebeu que nunca alimentou sua mente. Alimentou sim seu cérebro, mas nunca sua mente. Já faz longo tempo que ela morreu de fome. Com pesar e vergonha, falou às crianças.
- Desculpem, crianças. Não tenho nenhuma história pra contar.
O Homem nem percebeu o desapontamento das crianças com ele porque só conseguia ouvir décadas de vida de despedaçando. Todos os instrumentos silenciaram. O concerto acabara, e sem aplausos. Escorreu uma lágrima, que caiu bem em sua mão.
- Colírio... Antes eu tivesse mais lágrimas pra hidratar meus olhos – o Homem disse para si mesmo quando, de súbito, um garoto sentou-se ao seu lado.
- Tio, você está chorando? – disse o menino, que não foi embora junto com os outros.
- Não, eu...
- Você se machucou? É por isso que você não quer contar histórias?
- Garoto, por que você não foi brincar com seus amigos?
- Porque eu ainda quero ouvir uma história? Eu adoro histórias!
- Ah é?
- É!
- E quem te conta todas essas histórias?
- Um montão de gente!
- Mas acontece que eu não tenho nenhuma história pra contar pra você, menino.
- Por que não?- Porque eu não conheço nenhuma, garoto.
- Eu conheço várias!
Abriu-se uma porta. Quem sabe sua mente estivesse desnutrida, mas não morta. Quem sabe ainda era tempo de crescer. Crescer de verdade. Talvez sua língua ainda fosse sensível ao gosto da magia, que nunca sentiu. Aprende-se muita coisa na vida, exceto como ser uma criança. Ainda era tempo de aprender. E ninguém melhor para ensinar do que uma criança.
- Você pode me contar uma?
- Posso!
- Então me conte! – o Homem se acomodou no banco. Aquele domingo era, sem sombra de dúvidas, o dia mais vivido de sua vida. Talvez fosse o primeiro dia de sua vida. Não sabia definir ao certo, mas estava ávido pela nova vida que começaria a partir do momento em que o menino começasse a contar a história. E foi o que ele fez.
- Bom, era uma vez...



*Esse texto foi escrito por Jannerson Xavier em Outubro de 2007

11 de mai. de 2008

Nao me resta mais ninguém.

Nada me segura,
nada me detém.
Lá nao me resta mais nada,
nao me resta mais ninguém.

Nada me controla,
nem riqueza, nem esmola.
Nada mais me segura,
nem a alma mais pura.

Das pessoas vi de tudo,
e me pergunto por alguém.
Minha alma está de luto,
nao me resta mais ninguém.

Repito,
Nao me resta mais ninguém.


* Novamente escrito num desses trens que peguei.

5 de mai. de 2008

A felicidade nao esta nas coisas que temos,

nem nos caminhos que planejamos.

Esta no momento em que vivemos,

nas pessoas que encontramos.


* Escrito numa das viagens de trem pelo velho continente.

25 de abr. de 2008

Tijolo por tijolo....

Nao ha som melhor que o do silencio. Interrompido apenas pelo vento forte, trazendo a sensacao da suavidade do mundo.

Mas tudo isso estando a dois e melhor ainda.

Da vontade de ficar.

E recomecar.

Tijolo por tijolo, como o Castelo.



*Escrito aos pes do castelo de Könnigstein, sul da Alemanha.

11 de abr. de 2008

Well, the door is open.

Enfim, aberto às pessoas.

Exatamente 1 mês atrás comecei a escrever nesse blog. Com qual intuito? Nenhum. Apenas para colocar pra fora algumas coisas minhas e passar o tempo. Não o publiquei de cara para amadurecer no início. Faltava muito fermento e eu ainda acho que falta um pouco.

Algumas poucas pessoas sabiam da existência de um blog meu. Dessas, outras pouquíssimas tiveram acesso ao mesmo. Todas essas pessoas nao escolhi a dedo, apenas estiveram na hora certa conversando comigo, porque tive vontade de falar sobre o blog.

Uma coisa eu confesso. Algumas pessoas e situações me motivam a escrever esse blog e até de certa forma, me inspiram. Algumas pessoas estão perto, outras longe. Algumas são Carma, outras Nirvana. Mas a maioria amigos e amigas.

Voltando na palavra "mês", ficarei pelo menos um mêzinho fora, no mínimo. Voarei, e pra longe. Portanto, é capaz que haja longos hiatos de solidão de minha parte. O que garanto é que o Bruxo quer visitar alguns castelos. Se vai conseguir é uma outra história, mas respondendo algumas perguntas pertinentes, não estarei procurando donzelas e princesas em apuros muito menos o elixir da vida eterna.

Não sou de contar coisas desse tipo, como escrevi agora a pouco, mas hoje é um dia diferente, totalmente exceção.


Hasta la vista.

A vida é cíclica.. literalmente!!!

Só uma pessoa considerada doida pra nos esfregar na cara de que somos inertes.

Nietzsche já afirmava que o ser humano necessita viver os seus dias de forma repetitiva, chegando a viver, no presente, dias do passado. Ele chegou a afirmar que a vida do Homem é cíclica, que vivemos diversos ciclos na nossa existência. Algumas pessoas tem "ciclos" maiores, como 10 anos, outras tem "ciclos" menores, como 2 ou 3 anos, mas todos nós temos. O tipo de ciclo de cada pessoa varia de acordo com suas necessidades e características, sejam profissionais, pessoais, amorosas etc.

Resumindo a ópera, sempre temos a necessidade de olhar pra trás, de correr atrás do próprio rabo, de viver no passado, nem que seja para fazer o famoso "me engana que eu gosto" e ficar falando pra si mesmo.. "bons tempos aqueles"...

Aí fica nessa... voltamos ao passado de novo. O mesmo disco, o mesmo filme. A mesma praça, o mesmo banco.

Certas coisas na vida não valem a pena olhar pra trás. A partir do momento que você corta relação com aquele pedaço do passado, você corta o ciclo. Já disse uma vez que a nossa melhor memória são as pessoas ao nosso redor e como afirmou Nietzsche, o ser humano tem a necessidade de viver o passado e no passado constante. É mais cômodo, menos cansativo, menos criativo, mais preguiçoso, menos trabalhoso e o melhor.. menos assustador.

Esse é o erro da maioria das pessoas e foi o meu erro por anos e anos a fio. Tentei mudar o final do filme diversas vezes.

Enjoei.

Destrui o filme e quero assistir um filme novo, nem que seja de terror.

6 de abr. de 2008

Eita chuva que não passa!

Gosto de chuva. Quando chove, dá impressão de que a água carrega todas as coisas ruins do mundo, sejam das pessoas ou da terra, geralmente invisíveis. Fica uma sensação de purificação.
Mas só a sensação. Cada um faz a sua purificação.

Mas quando chove demais as coisas boas começam a ir embora junto, escorrendo e penetrando pelas entranhas da Terra. Dá uma sensação psicológica de perda de esperança, para qualquer assunto do seu interesse.

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Não sou de sonhar muito, tanto no sentido bíblico e/ou literal, mas tenho um carma que carrego desde o início dos tempos.

Toda vez que sonho, sejam sonhos bons ou ruins, sejam comigo ou com outras pessoas, os mesmos acontecem. Cedo ou tarde acontecem. Chega a ser inacreditável.

Na última noite de sono tive um sonho tão nítido, tão claro e limpo que acordei cedo e assustado, em pleno Domingo. Mas não acordei assustado de medo. Acordei assustado com a possibilidade disso acontecer, porque foi um sonho ótimo.

Não irei cobrar o tempo para que o mesmo aconteça, muito menos xingar Ele, que deve estar ocupadíssimo com pessoas que precisam muito mais Dele do que eu. Como tudo na nossa miserável existência, a melhor forma é deixar acontecer naturalmente, deixar a água rolar pela ponte da vida.

Deixar a água rolar, como a água da chuva.

4 de abr. de 2008

Com o tempo,
você repara em pequenos detalhes pessoais,
e vê sutis diferenças.

Com o tempo,
o gosto do café não é o mesmo,
as palavras não são mais sentidas.
O toque do vento corta tua pele ao invés de acaricia-la,
como sempre foi.

Com o tempo,
você repara que grandes problemas tornaram-se pequenos,
e pequenos problemas se tornaram grandes.
Que a dor da espada no peito de hoje nada compara-se,
aquela pequena alfinetada dentro de você, como antigamente.

Com o tempo,
as viagens, por mais exóticas que sejam,
nem de perto são comparadas feitas com a melhor das companhias.
E compreende nas pessoas ao seu redor, hoje,
o melhor álbum do seu passado.

Com o tempo,
repara-se no mesmo de forma ímpar, distinta,
praticamente enjaulado nas paredes do passado,
sendo confundido com a percepção do futuro,
e perde-se no presente, no tempo.

31 de mar. de 2008

Não te tenho

Passam-se em minha mente filmes que nunca vi.
nos meus ouvidos ouço a voz dessa pessoa que mal conheço,
e persiste.

Tento ouvir o que me falam,
mas apenas ouço um sussurro,
o doce sussurro de uma pessoa que está tão longe,
distante,
mas presente.

Na minha alma calejada,
de alegrias a tristezas,
sinto o imenso vazio se dissipar,
segurando com entranhas nas paredes do meu ser.

Sinto seu leve e doce toque no meu rosto,
o sabor do carinho e cumplicidade,
de um ser que não existe, apenas na minha mente,
e também na minha alma.

Tua presença é constante,
tuas palavras, persistem.
Me perseguem,
me alcançam.

Tento fugir, mas não consigo.
Penso em escapar, mas não quero.
Quero te ter...
E não tenho.

Te imagino,
te desejo,
mas no fundo,
bem lá no fundo,
não te tenho.

27 de mar. de 2008

Sugiro não tentarem interpretar esses versos, apenas senti-los:



"Não se podem contar as Luas que brilham em seus telhados,

Nem os mil Sóis esplêndidos que se escondem por trás de seus muros."



Retirei esses versos da página 345 do livro A Cidade do Sol do escritor afegão Khaled Hosseini. O título original é A Thousand Splendid Suns.

O livro é fascinante e seria mediocridade minha fazer uma crítica do mesmo. Nem preciso comentar que recomendo a leitura desse livro.

25 de mar. de 2008

O Barqueiro e o Filósofo

Um dia um filósofo precisou atravessar um lago muito grande, tão grande que parecia um mar e pediu a um barqueiro local que o transportasse até o outro vilarejo. O barqueiro, humildemente e sem hesitar, confirmou que iria ajudar o filósofo.

O filósofo estava lendo no decorrer da viagem. Sem olhar para o barqueiro, o mesmo lhe perguntou:

"Você sabe da teoria da relatividade?

"Não sei." Respondeu o barqueiro.

O filósofo continuou lendo e pelo canto do olho, perguntou novamente ao barqueiro:

"Você já ouviu falar de Immanuel Kant?"

"Nunca ouvi falar.." Respondeu o barqueiro, continuando a remar.

Novamente o filósofo lhe fez outra pergunta, fechando o livro e olhando no rosto do barqueiro:

"E a teoria de Copérnico?"

"Também não.." Respondeu novamente o barqueiro, já ficando encabulado.

O filósofo, com semblante de satisfeito, voltou a ler seu livro novamente sem dar atenção ao barqueiro.
Alguns minutos de passaram e ambos estavam no meio do nada, apenas água os cercavam, na metade da viagem. O barqueiro atentou-se para seu barco e num momento de inspiração, perguntou ao filósofo:

"Senhor.. o senhor sabe nadar?"

"Não sei." Respondeu secamente o filósofo.

Com o semblante maleável, sem dar um sorriso e até com um pouco de dó, o barqueiro disse ao filósofo.

"Então o senhor perdeu sua vida no passado e no futuro. Estamos no meio do lago e tem um furo grande no barco. O barco irá afundar."



Esse texto não é de minha autoria, mas o ouvi numa aula de filosofia em 1997.

22 de mar. de 2008

Eu queria chorar...

Eu juro que queria chorar...

Mas as lágrimas não vieram.

20 de mar. de 2008

Insônia

Tá difícil dormir.

Não estou trocando o dia pela noite. Fico madrugando noite adentro me deixando hipnotizar por essa tela e o sono não vem. E detalhe, quando vem, não é pra ficar.

Já li, assisti um programa ruinzinho de comédia na TV, mexi na internet e cá estou, escrevendo. Simplesmente não durmo. Pareço vampiro. A diferença entre eu e o drácula é que eu não seduzo as mulheres.

Muitos dizem que insônia é um problema mais psicológico do que cansaço físico em si. Tanto que alguns gênios dormiam apenas de 4 a 5 horas por dia, como Einstein, Descartes e Freud. Todos eram psicologicamente saudáveis (ok, um tanto quanto estranhos) e o sono era mera natureza para eles.

Será que sou um gênio?

Nem a pau Juvenal. Se eu fosse não estaria escrevendo neste exato momento.

Outros dizem que a insônia é fruto de problemas mal-resolvidos em nossas vidas, o que estou parcialmente de acordo. Mas sinceramente não estou dando a mínima para meus poucos problemas.

Pois é guri.... o que pode ser então? Falta de dor-de-cabeça?

Também não, porquê quando eu tinha dores-de-cabeça das bravas eu dormia mais ainda, pq me cansava de tanta picuinha e tempestades em copo d´agua

Minha cama está ótima e não fica rangendo (a muito tempo, diga-se de passagem) e não durmo torto. Quando durmo, é igual a um anjo (apenas durmo igual a um anjo, deixo bem claro).

Essa insônia.. essa insônia.. O que será?

Sei que algo me falta, algo que me preencha

Coincidência? Não acredito em coincidências.

Acredito em causas e conseqüências.


17 de mar. de 2008

Casablanca

Pois então....

Panela velha é que faz comida boa. E por indicação de panela velha do meu velho, assisti um filme considerado antigo, com um drama pra lá de cativante e uma sensibilidade fora do comum.

Trata-se de Casablanca.

O mesmo foi feito em 1943 e ganhou 3 oscar, sendo um deles de melhor filme. Estrelado por Humphney Bogart, Ingrid Bergman e Paul Henreid o filme é um clássico e trata-se de um triângulo amoroso entre Ricky, Ilsa e Laslo vivido na capital marroquina Casablanca de ocupação francesa nos trágicos anos da 2ª guerra mundial (tema que adoro).

O filme é em preto-branco, não possui sangue quando as pessoas são acertadas por tiros de revólver e é nítida a falta de recursos disponíveis na década de 40 para se fazer cenas simples, como um casal andando de carro. Mas é esse o charme do filme e são essas características que fazem o mesmo ser tão especial. Me chamou atenção foi o roteiro do filme, a atuação dos atores (principalmente de Ingrid Bergman) e a direção do mesmo. É quase como se estivéssemos lendo um romance.

Muitos acham que Casablanca é um dos melhores, se não o melhor filme hollywoodiano feito. Não assistir Casablanca é fechar as portas para a História do mundo e do cinema.

Enjoy.

15 de mar. de 2008

Por mais que pareça ilusão fugindo da percepção, as esperanças se reacendem.
Milagres acontecem.

A chama dentro de mim estava apagada.
Recusava-se manifestar.
Inexistia.

Não gritava mais.
Não pedia.
Suplicava.
Suspirava.

Krishna, Mabon, Cupido e Eros ouviram meus suspiros.
E me encaminharam um raio de luz.
Mesmo que ainda esteja fraco e fino.
Mesmo que seja miragem.

Mas a chama reacendeu.
Milagres acontecem.

13 de mar. de 2008

Acordo,

Acordo,

Respiro seu cabelo,
confesso ao seu ouvido,
sinto sua pele,
te abraço....

Cruzo nossas pernas,
enlaço sua cintura,
junto ao meu corpo,
te envolvo...

Acordo...

12 de mar. de 2008

Som do silêncio

Sou o som do silêncio,
o barulho irritante,
a água que escorre,
o sangue constante.

Sou o nervo de aço,
nos olhos o medo,
o amargo na língua,
o doce do beijo.

Sou mar que abraça,
o sol que aquece,
o outono que acalma,
a chuva que desce.

Sou paixão, sou raiva,
sou santo e culpado,
mentir? nunca mais,
Inteligente e tapado.


Sou direto e reto,
simplista talvez,
importa é quem sou,
Som do silêncio... talvez

10 de mar. de 2008

Depois de um longo e tenebroso inverno...

Pois é, o mundo dá voltas.

Como diria a filósofa Galisteu, as vezes em 360 graus.

Anos atrás eu escrevia num blog. Sim, eu não era tiozinho, tinha poucos problemas na vida e era muito mais inspirado. Por complicações virtuais-sentimentais-ciumentas deletei o mesmo. Era começo do milênio e resolvi que muitos dos meus pensamentos ficaraim comigo mesmo. Dane-se o mundo, oras!

Não quero expor minha vida pessoal pra ninguém, mas confesso que muitas idéias merecem serem trocadas e, no mínimo, discutidas.

Apesar do nome do blog o mesmo nada tem haver com bruxaria, misticismo ou religião. O nome foi feito por mera falta de criatividade.

Caso não goste.... azar, vou continuar postando.