Um dia essa dona mata o Bruxo.
Por mais que ele tente olhar com os olhos diferentes do que os olhos carnais, se arrepende, assim como ele sabe que pessoas se arrependeram com ele.
E muito.
Meu amigo filósofo já disse: "É justiça Divina! Tudo que vai, volta!"
Dona Ingenuidade se intromete na vida do Bruxo constantemente e sempre nas piores horas e com as melhores pessoas. Dizem que o sobrenome dela é Confiança, mas isso não se pode afirmar com total clareza.
Uma vez ela se intrometeu na vida do Bruxo e de uma pessoa em relação a dinheiro. A Dona Ingenuidade se mandou e, claro, o Bruxo tomou calote maior do que o FMI tomou da Argentina e isso arruinou uma amizade.
Outra vez Dona Ingenuidade, linda e esbelta, apareceu novamente. Fez o Bruxo confiar em outra pessoa e, pra variar só um pouco, o Bruxo segurou o rojão sozinho e ninguém, absolutamente ninguem se sujou com o caldeirão entornando, apenas o Bruxo, que ficou estupidamente ensopado. Dona Ingenuidade saiu de mansinho e ainda prometeu voltar.
Depois de muito tempo livre dela, a devassa da Dona Ingenuidade apareceu novamente. Aí ela fez o Bruxo confiar num sentimento que no final das contas nao existia, mataram bons anos da curta e interminável vida, deram prejuízos financeiros, físicos, mentais e até espirituais do Bruxo. Mesmo ter ouvido todo tipo de xingamento, Dona Ingenuidade saiu rindo, glamorosa e saltitante, com o sorriso no rosto de mais uma vitória.
Mas...
... teimoso feito um jegue manco, o Bruxo abriu a porta de casa para Dona Ingeunidade. Novamente, ela pairou nesse corpo, fazendo com que uma magia tosca dominasse o raciocínio dele. Pra variar, Ingenuidade fez gato-sapato novamente, fazendo com que o mesmo perdesse o final de semana todo e colocasse uma sementinha de uma planta horrível que é ótimo ver crescer, mas geralmente morre e dói ver morrer... dói muito.
Chama-se esperança.
E novamente Dona Ingenuidade some e deixa o Bruxo sozinho, apenas com sua circunstãncia. Provavelmente ela baterá na porta do castelo do Bruxo e duvido que ele não tenha educação necessária de, no mínimo, não recebe-la.
E a voz do filósofo ecoa no chapéu do bruxo:
"Justiça Divina! tudo que vai, volta!"
Infalivelmente, volta.