28 de set. de 2009

Os Fantasmas se divertem!

Provavelmente a maioria das pessoas viram esse filme, estrelado por Michael Keaton.

Pois o título desse filme cai muito bem com os acontecimentos no desenrolar dessa última semana.

É inacreditável como as pessoas tem a necessidade de viver a vida dos outros. Fico pensando se é mera mediocridade espiritual ou limitação mental, ao ponto de pensar que isso realmente vai afetar a pessoa que deseja prejudicar. Geralmente esse tipo de atitude é feita por mulheres (calma, sem machismo nenhum, é a mera verdade) mas existe uma pequena grande chance de um homem querer prejudicar outro homem pensando que este tem um contato especial com alguma outra pessoa, algo "a mais" com alguém. Qualquer que seja a atitude para prejudicar, o mesmo torna-se pequena, nao em questões universais-eclesiásticas-moralistas, mas até para o próprio ser. Certas coisas as pessoas fazem e não comentam pra ninguém, ninguém mesmo de tamanha vergonha. Duvido que a pessoa que fez isso disse pra alguém que fez. A vergonha nao deixaria, e detalhe... essa pessoa tem muito mais a perder do que eu.

Não é inacreditável até onde vai a limitação?

Enquanto pessoas e mais pessoas mexem o caldeirão tentando deduzir a estilo Sherlock Holmes quem é o limitado, o bruxo nem pensa nisso, porque os dias ficam cada vez mais longos, intermináveis e as semanas cada vez mais curtas, com prazos, entregas e correrias pra lá de emocionates.

O bruxo até poderia se mexer e mexer o caldeirão pra saber quem realmente fez essa pequenhice, mas como escrevi palavras atrás.... é pequenhice. Não vale a pena me portar como tal nem vale a pena o esforço. Tô aguardando a próxima.

É pequenhice demais.

12 de set. de 2009

Fuga

Ela continuava correndo.

Sua pele negra transpirava não apenas suor, mas pensamentos, os mais diversos possíveis.

Cada passada era um fardo a menos. Cada passo era um marcapasso dentro de si.

Quanto mais corria, mais se lembrava de suas cicatrizes, causadas pelo ex-marido em seu trágico casamento feito as pressas.

Seu cabelo curto, duro e mal cortado mal voava no vento, tão forte, frio e intenso.

Corria mais rápido, corria mais depressa, não corria contra o tempo.

Pelo contrário.

Sua descrença é imediata. Seus pensamentos são uma mistura de amor e ódio. Raiva e desejo.

Desejo de voltar no tempo, corrigir arrependimentos.

Não caía a chuva, mas o céu estava nublado, cinzento, carregado. A garôa pairava sobre o ar, tornando-o cada vez mais frio, mais gélido.

Gélido como seu coração, pulsando apenas por um único motivo.

Motivo de esquecer.

Para poucos, ela era bela. Para muitos, era fera.

Para a mídia, era estatística.

E corria como o vento.

Cada passo martelava uma lembrança. Cada ofegada aliviava um pesadelo.

O frio pairava no final da tarde, mas sua pele negra, cortada, mal-cuidada e suada continuava quente.

Era Ela ou Ele.

Acelerou mais a corrida, mesmo depois de horas a fio. Já havia saído do parque á horas. Já cruzava ruas e ruas tentando ficar cansada, mas o cansaço não vinha, pelo contrário.

Tinha que desafiá-lo, precisava provar a si mesmo que era independente Dele.
Precisava provar a si mesma que Ele não existia.

Ele a abandonara nos momentos mais difíceis.

Para ela, as ruas não existiam faixa de segurança, por mais que as pessoas xingassem.

Não ouvia nada. Não conseguia sentir ninguem ao seu redor.

Apenas seus passos, apenas sua corrida, apenas seu suor.

Fugia de si mesma, fugia Dele.

Fugia da vida, já a muito tempo.

Contra o perdido tempo, contra Ele.