1 de jul. de 2010

A Ferro e Fogo

Estranho se importar mais com pessoas que conhecemos a pouco tempo do que com pessoas que conhecemos há anos, ou décadas.


E essa "estranheza" não se deve ao fato de tentarmos ter sido diferentes ou, no mínimo, "algo" para esse tipo de pessoa. É simplesmente o fato de estarmos vendo que os mesmos estão seguindo o caminho errado.


Mas mesmo assim tentamos não nos importar. Vamos tratando á ferro e fogo algumas conversas, situações e até momentos, tentando ser o mais oblíquo, agudo e conciso possível para que não mergulhemos de cabeça nesse mar de sentimento, até certo ponto, inútil.


O problema é esse tipo de pessoa colocar a crista de cavalo em seus olhos e achar que agora está com novos princípios de vida. Concordo que depois que saímos de uma prisão sentimental a tendência é abrirmos asas para tudo (ou quase tudo) dentro do possível e imaginável. Algumas pessoas abrem tanto as asas que acabam esbarrando em outras pessoas, invariavelmente e muitas vezes sem se importar com o espaço alheio.


E daí não adianta reclamar. Depois de feito o “passatempo” um dos dois há de se importar mais com o outro. Isso é fato, é natural e é normal. O problema são os dois terem a mesma coerência de pensamento sobre toda essa saga e intenção de ambos.


Como disse um amigo do Bruxo, “existem momentos e momentos” e por mais que os mesmos se cruzam, é muito difícil ambos estarem com a mesma tonalidade, intenção e caminhos semelhantes.


O “Sim” acaba significando realmente sim e o “Não” realmente quer dizer não. Meias-palavras tornam-se meia-hora de reflexão e algumas afirmações fazem a mente girar numa noite inteira de pensamentos.


São nessas horas que compreendemos as palavras e começamos a tratá-las novamente de forma fria, calculista, igual uma máquina (já escrevi sobre isto), mas sem perder a sutileza e leveza da alma.


São nessas horas que começamos a tratar tudo, sejam palavras de forma seca e objetiva e a tratar situações e principalmente pessoas, a Ferro e Fogo.