31 de ago. de 2009

Homem de sorte

Que homem de sorte ele era,
quando ela veio, na primavera.
Se ele soubesse o que queria,
com certeza, sozinho, não estaria.

Decepções fizeram seu caminho,
perambulava, como nômade, sem destino.
Se machucou entre pedra e espinho
sua vida era vazia, mero peregrino

Desses trapos fez sua bandeira,
tornou-se a essência do seu ser.
Muitos andam nesse caminho,
sem saber o que fazer.

Que homem de sorte ele era,
na sua vida ela apareceu,
Seu coração não se expusera,
Com o tempo, sozinho, ele morreu.

4 de ago. de 2009

A Pedra Filosofal de nossos dias

Diziam os grandes Alquimistas, principalmente aqueles do Século XIV ao Século XVIII, que existia um objeto de transformar metal em ouro. Esse objeto era a Pedra Filosofal, tanto buscada, pesquisada pelos alquimistas levando a maioria abdicar da sua própria vida para tal feito. Segundo os mesmos, a Pedra Filosofal tinha o poder de transformar qualquer metal inferior em ouro e o mesmo poderia até alcançar Deus. Coincidentemente até meados do Século XX o ouro era, indiscutivelmente, o metal mais importante do mundo. Ou seja, o trabalho dos alquimistas não era apenas ter o contato com Ele, mas a ambição e obsessão de transformar todo metal inferior em ouro, fazendo dessa forma, uma fonte de riqueza inesgotável e consequentemente levando a felicidade.

Li o livro O Alquimista de Paulo Coelho na adolescência e lembro que consta uma parte, não recordando muito bem as palavras exatas, onde um aquimista passa levemente a faca sobre essa pedra para que Santiago (protagonista do livro) tenha como transformar um metal em ouro. Detalhe que no livro Santiago percorreu a pé da Espanha ao Egito para achar essa pedra mas levou como aprendizado todo o conhecimento que adquiriu durante essa jornada.

Pois acreditem, não mudamos em quase nada após séculos e séculos de pesquisas dos Alquimistas.

Ainda hoje procuramos nossa Pedra Filosofal. Essa procura nos dias de hoje não se trata de bem material ou podemos até dizer, financeiro. Nossa busca está no interior humano. Um defeito da nossa essência da alma que nos faz isolar cada vez mais.

Nos dias de hoje, nossa Pedra Fisolofal é o amor de nossas vidas.

Para a grande maioria das pessoas, viver sem esse amor é algo inconcebível ou total loucura. Em busca da Pedra Filosofal de nossas vidas a maioria não pensa no caminho que está percorrendo e muito menos presta atenção no aprendizado que se pode obter disso tudo. Deixo claro que todo calo sentimental é um aprendizado, mas nem todo aprendizado é um calo sentimental. E o pior, quando acham essa maldita Pedra, pensam que podem transformar qualquer sentimento em amor, da mesma forma que a pedra tansforma metal em ouro, o que é um engano estrondoso.

Muitas vezes não percebemos que a viagem em si é melhor do que o ponto turistico e não aproveitamos. Não percebemos que o caminho percorrido é melhor do que o destino, seja lá qual for a Pedra Filosofal que buscamos e nossa obsessão de busca, nossa neura de que não podemos morrer sozinhos nesse mundo é tanta que acabamos implantando uma crista de cavalo, uma viseira lateral invisível em nossos olhos que esquecemos as pessoas ao nosso redor, aquelas que realmente se importam conosco.

O Bruxo aqui já esteve dos dois lados da moeda e no momento ele prefere ficar girando o caldeirão da vida do que ficar olhando a bola de cristal á procurar pela Pedra Filosofal. O caminho do mesmo será o melhor de tudo.