31 de dez. de 2008

Inesperado

É a melhor forma de definir meu 2008.

Último dia e posso afirmar que coisas boas e ruins aconteceram. Surpresas agradáveis e desagradáveis me surgiram. Mas o melhor de tudo é que inexplicavelmente passei por cima de tudo normalmente, como se nada tivesse me acontecido e/ou como se já tivesse me acontecido em outras vidas.

A principal descoberta nesse ano não foi a Catedral de Notre Dame em Paris ou o romântico rio Rheim, em Frankfurt, mas foi a descoberta de mim mesmo.

Conheci lugares exóticos, conheci pessoas maravilhosas (uma delas me encantou!) e passei por situações que jamais imaginaria enfrentar, desde as mais ridículas, até necessárias, engraçadas e trágicas.

O conjunto da obra de 2008 me mostrou que é impossível planejarmos tudinho, tim-tim por tim-tim. Acasos aconteceram e acasos acontecerão ainda mais. O acaso é o terror da razão, com isso a razão passa não ser mais sua espinha dorsal para todas as escolhas da sua vida e a lógica, até certo ponto, perde o sentido. O vento de escolhas quando passa na nossa frente é único e dependendo, irreversível. Certas coisas, pessoas e situações passam pelas nossas vidas de forma ímpar e incomparável, levando e deixando um tanto do meu e do seu ser.

Viver do passado não é bom, mas é ótimo ter um passado saudável.

Apesar de ser redundante e considerar dia 1º mais um dia como outro qualquer, um bom ano a todos.

Que 2009 seja tão inesperado quanto 2008.

20 de dez. de 2008

Eu, robô

Tá complicado, mas tá ficando simples.

Nem quando fui à europa fiquei tão ausente desse prompter irritantemente piscando na tela.

E incrivelmente nestes 51 dias sem digitar picas, nenhuma idéia, inspiração ou crítica me vieram a caxola. E olha que rolou coisa durante todo esse período. Mas o trabalho consome o Homem, e o Homem consome o trabalho. Precisando seguir essa ordem, sem querer deixei de ler mais, sair mais, conversar mais e com isso minhas idéias esvaíram-se e tudo que era preenchido com pensamentos foi preenchido com rotinas, funcionalidades, parâmetros, prazos e preços.

Cada vez mais sigo instruções e deixo de seguir meu instinto.

Cada vez mais perco a paciência e deixo de ter compaixão.

Quanto mais quero ser humano, mais me torno robô.