25 de out. de 2009

Dona Ingenuidade

Um dia essa dona mata o Bruxo.

Por mais que ele tente olhar com os olhos diferentes do que os olhos carnais, se arrepende, assim como ele sabe que pessoas se arrependeram com ele.

E muito.

Meu amigo filósofo já disse: "É justiça Divina! Tudo que vai, volta!"

Dona Ingenuidade se intromete na vida do Bruxo constantemente e sempre nas piores horas e com as melhores pessoas. Dizem que o sobrenome dela é Confiança, mas isso não se pode afirmar com total clareza.

Uma vez ela se intrometeu na vida do Bruxo e de uma pessoa em relação a dinheiro. A Dona Ingenuidade se mandou e, claro, o Bruxo tomou calote maior do que o FMI tomou da Argentina e isso arruinou uma amizade.


Outra vez Dona Ingenuidade, linda e esbelta, apareceu novamente. Fez o Bruxo confiar em outra pessoa e, pra variar só um pouco, o Bruxo segurou o rojão sozinho e ninguém, absolutamente ninguem se sujou com o caldeirão entornando, apenas o Bruxo, que ficou estupidamente ensopado. Dona Ingenuidade saiu de mansinho e ainda prometeu voltar.

Depois de muito tempo livre dela, a devassa da Dona Ingenuidade apareceu novamente. Aí ela fez o Bruxo confiar num sentimento que no final das contas nao existia, mataram bons anos da curta e interminável vida, deram prejuízos financeiros, físicos, mentais e até espirituais do Bruxo. Mesmo ter ouvido todo tipo de xingamento, Dona Ingenuidade saiu rindo, glamorosa e saltitante, com o sorriso no rosto de mais uma vitória.

Mas...

... teimoso feito um jegue manco, o Bruxo abriu a porta de casa para Dona Ingeunidade. Novamente, ela pairou nesse corpo, fazendo com que uma magia tosca dominasse o raciocínio dele. Pra variar, Ingenuidade fez gato-sapato novamente, fazendo com que o mesmo perdesse o final de semana todo e colocasse uma sementinha de uma planta horrível que é ótimo ver crescer, mas geralmente morre e dói ver morrer... dói muito.

Chama-se esperança.

E novamente Dona Ingenuidade some e deixa o Bruxo sozinho, apenas com sua circunstãncia. Provavelmente ela baterá na porta do castelo do Bruxo e duvido que ele não tenha educação necessária de, no mínimo, não recebe-la.

E a voz do filósofo ecoa no chapéu do bruxo:

"Justiça Divina! tudo que vai, volta!"

Infalivelmente, volta.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ingenuidade, na medida certa, fornece vida brilho a quem a possui. Perdê-la completamente significa entrar no rol dos que jamais confiam, e desconfiar semore é morrer um pouco!
Parabéns pelo belo texto!

Anônimo disse...

Taí...
Concordo e depois, o que chamam de ingenuidade eu chamaria de integridade, e caráter, talvez generosidade. EnfimGostei do final do texto onde o caráter continua a prevalecer.
Parabens