5 de set. de 2010

Heresia

Nos olhos de vidro apenas cansaço,
os mesmos cerrados, mirados, mollhados.
Pensamentos á dentro e na alma, avaria
tentando achar no corpo sinergia

Na memória um museu com os mais belos quadros,
palavras ecoam, passeiam, tudo sem sentido.
Vozes e choros sempre muito ralos,
apenas uma voz ecoa, tão perto, no ouvido.

Outra folha rasgada, outra lágrima no rosto,
dessa caneta agressiva a muito tempo nao ria.
Frases inacabadas, meros esboços,
nunca foi merecimento de tal poesia.

O silêncio me acompanha e não diz o que fazer,
de tanto recomeçar vejo apenas envelhecer.
As palavras eram fugas e nunca sabedoria,
jurei nada á ninguém, nem sequer heresia.

Medíocridade e belezas beirando a ironia,
balbuciando verdadeira e falsa calmaria
Ilusão a um, sinceridade a outro,
e comigo a poesia, minha eterna heresia.

Um comentário:

Gueixa disse...

Hallo Bruxo Poeta!

Memória com os mais belos quadros é meu sonho.
Ilusão e sinceridade partindo de um mesmo ponto?
Ah Bruxo herético, gostaria de entender um pouco mais a alma humana...Talvez eu começasse a entender de poesia.
Sei, no entanto, que ela me toca. E profundamente.
Por vezes me incomoda.
E essa sua sensibilidade é quase palpável.
Acho que invejo voce por essa sua capacidade de se mostrar assim.
Parabéns!
Quando eu crescer quero ver se consigo chegar próximo disso.
Não deixe de escrever tá Bruxo?
Beijos